Tísica poesia


Não, caros amigos,

canalhas e virtuosos

de toda e amada laia,

cansei da brincadeira.


Essa cor azul não é mais

sempre e sempre amada.

Todas aquelas caixinhas

de passados passageiros

não antigam pesos em meus dedos.

Prestam-se a longos e mortificantes nadas.

E o sol não me parece

tão bom e tão divino.

E a lua não acoberta o tanto

para suavizar os prados disformes.


E tudo me cansou em demasia.

E pouco do nada me restou

além dessa tísica poesia.


Fiquem, caros amigos,

com qualquer lembrança

do que em mim pareceu ser

verdadeira alegria.