Eu sou
Das coisas em esperas
Das carícias sem esferas
Das cortinas sem tons
Das causas sem sons
Eu sou
Dos ventos desvalidos
Dos vastos desabrigos
Dos pequenos bernardos
Dos velhos acamados
Eu sou eu
De pernas lamentosas
De peles ansiosas
De portas sufocantes
De putas delirantes
Eu sou, eu sou eu
De fatos sem fala
Dos fetos sem vala
Das coisas sem alma