Capim
O capim cresce estulto
e arisco no meu jardim.
E os ventos ventam brandos
e sussurram veleidades
aos pequenos verdelgados
do abandonado capim.
E a noite conduz
um fresco anoitecer
aos galhos indefesos
fincados no jardim.
E a manhã rememora
ares de amanhecer
ao solo dos galhos galhofos
e das galhofas folhinhas.
E tudo não parecia ser apenas
saudade de saudosos sentimentos
outrora outorgados a olvidamentos
e a dolorosos desdobramentos.
Queria tanto ser capim
para nada saber de mim!
E, parado, sabor do vento,
nada pensar, sem lamento.