As palmeiras
Aquelas palmeiras são belas
e indiferentes à própria beleza,
com seus caules verdemente esguios
e seus braços ao céu apontados.
Sob ventos e assobios,
tremulam mansidão e paz.
Mas gemem sob o ardor solar
e se deitam aos temporais.
Choram em gota formosa
a cada tarde chuvosa.
E olham-me com tristeza,
temendo, talvez, a natureza,
que não me deu o prazer
de ser contagiante e alegre.
Meus olhos apontam ao chão,
definho sob chuva e sol,
e na cabeça o verde desejo
de mudar a cor do amanhã.