A eternidade


Não, não há, não, não há eternidade.

Nossa luta, em vão, será vil saudade.


Meu avô, uma grandeza

neste tempo a nós estranho,

não cabe em nossa tristeza

moderna, eu, sem rebanho.

Ele tanto e muito e mais

foi e fez e ainda faz,

que morro muito menor

do que em sonho pior

imaginei vida ao fim,

morte de tudo, de mim.

E não dependo de idade,

de cor, de filiação,

de esfoliada emoção

pra morrer de fugacidade

em brevíssima, em linda

morte toda de verdade.