A estrada


E se houve lágrimas logo depois

E se houve dor pelo que se foi

No rio da vida tudo foi nada

Os beijos, a sorte, a jornada


E da vida coisas, de uma vida inteira

São só meras luzes, meras brincadeiras


E o outono dos firmamentos

Deixado ao longe e sob custódia

Guarda cada nossa memória

Do que se foi no esquecimento


De alegria um pouquinho

Nas curvas nos descaminhos

Em cada tudo de cada nada

De cada um a própria estrada