Restos de alguma alegria


Não me estranho mais

se em mim não há

restos de alguma alegria.

Sofro, apenas.

E às vezes me assusto

quando vejo(e permito)

o passar dos meus dias,

a coisa que ondula

e em mim não há,

o vento que circula

em tudo, menos cá,

cá, onde pareço

tragar restos de alegrias.

E às vezes me sinto

uma coisa, uma coisa que morre

sem nenhuma alegria.