Poema de amor nº 9
Debaixo da terra não terei
as rugas recentes do teu rosto.
Também não verei teus trejeitos
nas horas amenas e rápidas
das tuas emoções partidas.
Sim, bem amada, serei
coisa igual a nada,
coisa que não lembrarei
depois da estrebuchada.
E não serei coisa de lembrança,
nem mesmo de quando criança,
nem de coisa de vida mal amada
esquecida na temida estrada.
Debaixo da terra, serei coisa finda,
coisa de gente fraca, de gente morta.