Poema de amor nº 7
Hoje, olhando coisas insignificantes,
percebi todas as laços de antes,
de quando a chuva teus cabelos molhava
e eu dos meus conta não me dava.
E de quando teu olhar me tomava,
com todo desejo e toda raiva
e aos infernos me mandava
onde nos encontraríamos
e por lá nos perderíamos
e decerto depois de eternidades
face a face nos revelaríamos
sob noites escuras e geladas
e sob dias tomados de solstícios.
E então sozinhos partiríamos
às páginas finais
de algum romance
do século XIX.