Poema de amor nº 6


Nosso amor não frutificou,

nem se fartou de materialidades.

E em nada mais somos dois

pois matamos o depois.

Tomamos cervejas e sucos naturais

e nos embriagamos loucamente

de despretensiosas sanidades.

Seguimos rumos em corpos

distantes, fartos e delirantes.

Fui mas feliz na multidão

que sob qualquer coração.

Fui tão feliz que hoje não tenho lágrimas

para encerrar romanticamente

essa história de distensão.

E sob os efeitos do tempo

escorregadio e movediço,

fui tão infeliz em minha vida

que me tornei alma perdida,

saudoso da infeliz mordida

de uma podre maçã

de uma árvore sem vida.