Poema de amor nº 19
Minhas barbas e teus pelos
se chegam nos mesmos aconchegos,
nas mesmas carícias matinais,
nas mesmas delícias finais.
Mas nossas paixões estão idas
em camas de noites mal dormidas.
E sinto por eles muito desalento,
os colchões das nossas vidas.
Feitos para os prazeres e os descansos,
hoje são seres em desencantos.
Deita, dá-me teus pelos
e toma sem receios
do meu rosto os cabelos
que escondem meus anseios
de amar-te sem freios,
de comer-te sem zelos.