Poema de amor nº 10


Eu, homem de passado século,

encontrado em dúbia fortaleza,

por ti, alheia a novos horizontes,

fui por ti amado e de todo abocanhado.

Teus beijos ainda me calam,

tuas mãos ainda me consolam,

teus seios me isolam, ainda.

E me prendem ao mundo

interior de teus desejos,

como se nada mais na vida houvesse

além da tua boca e dos teus beijos.

Sim, sim, sim, tu me amas,

mas não te esqueças

de que o nosso amor

é o meu amor, o meu amor, o meu amor.

E que aqui estou

para tentar sobreviver

ao teu estranho querer.