Arrumação


Tornei-me um anacoluto na vida.

As pessoas caminham ao meu lado

e eu não estou com elas.

Recebo presentes e beijos

e ninguém me conhece.

Em instantes o relógio

dirá do tempo.

E eu, em contida insignificância,

vou deitar e dormir

como deitam e dormem

as figuras sem linguagem.